No dia primeiro de maio, enfermeiras e enfermeiros organizaram um ato pacífico em frente a Praça dos 3 Poderes, em Brasília, em homenagem a todos os colegas que perderam a vida para o novo coronavírus e pedindo para que a população permaneça em casa. Apoiadores do atual governo interromperam a manifestação, insultando e agredindo às enfermeiras e cuspindo em seus rostos. Enquanto muitos desacreditam da importância dessa profissão, os profissionais da Enfermagem estão cotidianamente lutando para manter funções básicas de seus pacientes, e ao fazer isso estão expostos a contaminação. E mesmo temendo o que possa acontecer, e exaustos por conta da injusta carga de trabalho, esses profissionais continuam cumprindo com seu dever.
Estamos no ano da enfermagem, bicentenário de Florence Nightingale e em meio a uma pandemia. Hoje pedimos licença aos nossos colegas enfermeiros, que também estão conosco na batalha, pois as mulheres representam 85% dessa classe, diante disso essa frase não poderia vir em um contexto melhor: Lute como uma enfermeira. Lutamos como profissionais e como mulheres, mas não se engane, a luta não é de agora.
Bem antes do caos na saúde pública se instalar, lutamos contra a carga de horária exaustiva, a falta de investimento na saúde, a dupla jornada de trabalho e salários defasados. Além disso, agora enfrentamos dois inimigos: o vírus e o cidadão de bem que cospe em nossos rostos. Não somos uma peça descartável, somos peça essencial, somos a maior força de trabalho da área da saúde, estamos ao lado do paciente 24 horas por dia, 7 dias por semana, lutando por nós e por eles. Estamos em maternidades, clínicas de internação, unidades de terapia intensiva, centros cirúrgicos, centros de saúde, centros de atenção psicossocial, serviços de controle de infecção hospitalar, serviço de atendimento móvel de urgência, centrais de transplante de órgãos, gestão e auditoria, entre outros serviços. Estamos desde o nascimento, no último suspiro e após a morte.
Nos dedicamos muito, somos muitas e merecemos muito mais. Portanto, #lutecomoumaenfermeira