7 enfermeiras negras negligenciadas pela história que você precisa conhecer

31/08/2020 21:03

1. MARY JANE SEACOLE (1805 – 1881)

Mary foi uma enfermeira jamaicana que teve destaque pelo trabalho prestado na Guerra da Criméia.
Em 1854, inscreveu-se para participar da equipe de enfermagem liderada por Florence Nightingale, mas apesar de possuir ótimas recomendações, Mary Jane não foi aceita. Apesar da recusa, arrecadou fundos e criou o British Hotel, onde vendia comida e bebida aos soldados para custear o tratamento dos doentes e feridos, ficando conhecida como Mãe Seacole.
Mary foi esquecida no Memorial da Guerra da Criméia e permaneceu no anonimato por muitos anos até sua autobiografia ser redescoberta. Hoje, a Associação Jamaicana de Enfermagem carrega seu nome como homenagem.

2. IZABEL DOS SANTOS (1927 – 2010)

Izabel foi uma enfermeira mineira que teve sua atuação voltada à saúde coletiva e qualificação do trabalho da enfermagem no Brasil.
Por volta de 1980, diante do cenário de até 150.000 trabalhadores de enfermagem sem formação oficial, decidiu iniciar um projeto de profissionalização dos atendentes. Indo contra o cenário educacional conservador da época, Izabel propôs um método de aprendizagem interativo, mesclando teoria e prática de uma forma acessível à realidade dos trabalhadores.
No ano de 2000, após 20 anos de trabalho, surgiu o Profae (Projeto de Profissionalização dos Trabalhadores da Área de Enfermagem). Izabel mesmo aposentada, seguiu como consultora do Ministério da Saúde.

3. MARIA SOLDADO (1895 – 1958)

Nascida na cidade de Limeira (SP), Maria José foi uma enfermeira informal conhecida por sua atuação na Revolução Constitucionalista de 1932. O contexto atual da época propagava o ideal de eugenia, marcado por forte discriminação racial. Maria trabalhava como cozinheira para uma família na época em que eclodiu a Revolução e largou seu trabalho para juntar-se à Legião Negra nas trincheiras de batalha, primeiramente como enfermeira, mas após também como combatente contra as forças federais que defendiam a ditadura.
No ano de 1957, em decorrência do jubileu de prata do movimento constitucionalista, Maria Soldado foi escolhida como “mulher símbolo de 32”.

4. MARY ELIZA MAHONEY (1845 – 1926)

Mary foi a primeira enfermeira negra americana graduada pela American School of Nursing, exercendo o cuidado de enfermagem de forma profissional e regulamentada. Em 1896, colaborou como um dos membros originais da NAAUSC (que posteriormente tornou-se a American Nurses Association). Observando que a associação era composta majoritariamente por brancos, co-fundou a National Association of Colored Graduate Nurses (NACGN), visando reduzir a discriminação racial no meio de trabalho.
Aposentada, Mahoney foi uma forte apoiadora dos direitos civis e lutou pelo sufrágio feminino nos EUA, tornando-se uma das primeiras mulheres a registrar-se para votar em Boston.

5. ROSALDA PAIM (1928 – 2015)

Rosalda marcou a história como enfermeira, pedagoga, pesquisadora e deputada estadual, sendo a primeira enfermeira parlamentar do Brasil. Como teórica e pesquisadora, abordou a sistematização da assistência de enfermagem e a interdisciplinaridade no atendimento ao paciente, criando a Teoria Sistêmica Ecológica Cibernética de Enfermagem. Rosalda sempre manteve-se ativa no meio político, criou mais de 20 projetos de lei voltados para inclusão social e democratização da saúde pública, sempre dando foco para a população mais vulnerável. Presidiu a Comissão de Saúde e de Educação da Assembleia Legislativa do Estado do Rio de Janeiro.

6. MÃE STELA DE OXÓSSI (1925 – 2018)

Nascida na cidade de Salvador (BA), Mãe Stella foi uma enfermeira especializada em saúde pública e ialorixá no terreiro Ilê Axé Opô Afonjá. Desde que assumiu o terreiro em 1976, travou uma batalha diplomática contra o sincretismo publicando livros, escrevendo artigos e realizando campanhas para esclarecimento que santos e orixás não são a mesma coisa. No ano de 1981, para preservar a história de sua religião, fundou o Museu Ilê Ohum Lailai, no terreiro Axé Opô Afonjá, tornando-se o primeiro museu aberto em uma casa de candomblé. Mãe Stella foi a primeira mulher negra e ialorixá a se tornar imortal pela Academia de Letras da Bahia, ocupando a cadeira de número 33.

7. DONA IVONE LARA (1922 – 2018)

Yvonne Lara da Costa foi uma enfermeira que teve destaque pela atuação na área de saúde mental e também uma artista, cantora e compositora. Em uma época onde os pacientes psiquiátricos eram institucionalizados e abandonados, especializou-se em terapia ocupacional com a médica Nise da Silveira, onde desempenhou papel fundamental na reforma psiquiátrica no Brasil. Atuando no Instituto de Psiquiatria do Engenho de Dentro, Dona Ivone Lara introduziu o cuidado humanizado que visava a integração do paciente, família e funcionários através da música e socialização. Em 2015, entrou para a lista das “10 Grandes Mulheres que Marcaram a História do Rio”.

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